quarta-feira, 2 de junho de 2010

DEUS

DEUS – O CRIADOR

Deus é a causa primeira de todas as coisas. Não há vida, realidade, inteligência senão pela vontade de Deus.

O entendimento que os homens têm de Deus não está pronto nem é definitivo, está em constante evolução. O conceito de Deus modifica-se com o tempo, resultado de ampliações sucessivas de um conceito inicial, que destacaram aspectos diferentes de Deus não considerados até então, e, também, de visões contraditórias que expuseram as limitações de explicações utilizadas em determinado momento. A compreensão de Deus, alcançada por uma pessoa é a possível em face do seu conhecimento e do conhecimento do seu grupo social.

A tradição judaico-cristã é um exemplo. Moisés alcançou a idéia de um Deus que, não sendo mais voluntarioso, estabelecia um contrato, um conjunto de regras a serem obedecidas pelo seu povo. Amós compreendeu que a relação de Deus com o homem seria, embora severa, justa (Deus de justiça). Oséas afirmou que Deus, na sua severidade, sabia perdoar os erros de seus filhos (Deus de perdão). Isaías compreendeu que o Deus de Israel era o mesmo de toda a humanidade (Deus único). E Jesus traduziu em ações que todos são iguais perante Deus, e que o amor é a relação básica entre Deus e suas criaturas (Deus de amor).

A visão histórica mostra que vários conceitos de Deus, aceitos em um determinado período, foram sendo abandonados na medida em que deixaram de atender às expectativas das pessoas e de seus grupos sociais. Deus foi aos poucos deixando de ser um deus entre muitos deuses. Deixou de ser o Deus de um só povo, o que comandava os exércitos e esmagava seus inimigos. Deixou de ser o Deus imprevisível em suas ações, que a todos castigava. Deixou de ser o Deus que provocava medo e controlava a vida das pessoas. Deixou de ser o Deus de uma Igreja, refém de concepções doutrinárias e dogmáticas.

Deus não se relaciona ao mágico, ao místico, ao divinal, ao sacro, ao infinito, ao absoluto. Deus não é matéria, ele não tem uma forma definida. Deus não está restrito a uma pessoa, por mais evoluída que seja, como Jesus. Deus não está no céu. Ele está nos seres, mas não se confunde com eles; está nas coisas mas não se confunde com elas.

Deus não prescreve comportamentos, não determina um conjunto de regras a serem seguidas. Logo, não há desobediência à sua vontade, não há pecado. Deus não vigia, não fiscaliza. Ele não pune, não castiga, não determina ou executa sentenças.

Deus não aceita oferendas, sacrifícios ou promessas. Não intercede, não aceita pedido, não protege alguém em especial. Deus não atua através de milagres.

Milagre é tudo que o homem, ainda, não consegue elaborar ou compreender com a sua natureza física. À medida que desenvolve os sentidos, chamados extra-físicos, compreende que no universo nada acontece por acaso, tudo é medido contado e pesado.

Deus não está limitado à humanidade, ao planeta Terra ou à Via Láctea. Deus abrange todas as coisas, todos os seres vivos, inteligentes ou não, encarnados ou desencarnados do Universo. Deus se estende pelo Cosmo e o mantém (o Universo organizado e ordenado) — Deus é a única existência, nada existe fora desta realidade (Deus cósmico).

O Universo é estruturado, as coisas não ocorrem ao acaso. Em tudo há causalidade, inteligibilidade, significado, padrão. Deus é a Inteligência Suprema.

O objetivo do ser é a evolução, a ampliação de sua consciência através da aquisição de conhecimentos. Ao construir a sua trajetória de vida, o ser inteligente amplia a sua percepção e compreensão da natureza, das coisas, das pessoas, de si mesmo, do cosmo, da estruturação inteligente do Universo e, em conseqüência, o seu entendimento de Deus. Deus torna-se evidente na Harmonia de tudo o que existe. Ao se fazer identidade com o Cosmo, o homem se faz idêntico com Deus, pois os seres, as coisas e a harmonia do Universo presentam Deus. Dessa forma, Deus é a totalidade.

A estruturação inteligente do Universo é ampla, plural, variada, abrangendo o número de consciências do universo. O Livre-Arbítrio é parte fundamental do Cosmo e as infinitas possibilidades que surgem de seu exercício estão contidas na estruturação inteligente do Universo.

A compreensão que o ser vai tendo do Cosmo é construída gradativamente e é expressa através de sínteses parciais, limitadas, incompletas. Algumas dessas sínteses parciais foram chamadas de leis de Deus, e muitas vezes entendidas como uma prescrição que deveria ser obedecida de forma rígida, como uma ordem direta de Deus que os homens não deveriam discutir. Com o tempo, no entanto, passou a ser vista como a expressão de uma compreensão, como uma aproximação do entendimento da estrutura inteligente do Universo. As chamadas leis não são prescrições, mas entendimentos. A identidade com Deus não se faz, portanto, pela obediência, mas através do conhecimento, entendimento, sabedoria e consciência.

Todos os seres se relacionam com Deus tal como as criaturas com o Criador. Na medida em que evoluem, ampliam a sua consciência dessa unidade criatura-Criador. Todos os seres criam expressando Deus e nesse sentido pode-se compreender que Deus está presente em todos os seres (Deus onipresente).

Pode-se compreender, também, que Deus é consciente através da consciência de todos os seres do universo (Deus onisciente).

E, por fim, Deus faz, age, constrói através de suas criaturas. Elas são instrumentos de amor, verdade e justiça. Isto é que se pode, em verdade, chamar de evolução. A estruturação inteligente desta evolução é operada pelas suas criaturas (Deus onipotente)

DEUS – CRIATURA

Assim como um pai zeloso e amoroso, acima de tudo, deseja que seu filho siga seu exemplo, e, no fundo, torne-se idêntico a ele; assim como não há prova de maior amor de um filho a seu pai do que se tornar em tudo idêntico a ele; nosso Pai Celestial não quer nada além do que todos nós nos tornarmos IDÊNTICOS a Ele, seguindo seu exemplo de Fogo e Luz e Vida.

A vida permanece na Terra graças ao fato de haver esperança que aqui haja essa perfeita integração e identidade entre Deus e o Homem – gênero, espécie, raça, consciência. O homem nasceu e cresceu com essa vocação inteiramente presente em cada ato seu, de tornar-se idêntico a Deus, de ser, onde estiver, Deus em miniatura, mas Deus inteiro. E não há nada mais amoroso, mais sublime, mais santo, do que alguém que devotar sua vida a construir essa identidade perfeita.

Não é um arrogo “o Homem querer SER DEUS!”, mas sim um gesto da mais perfeita humildade: o homem querer ser e fazer-se idêntico ao seu Pai (e qual o filho que não tem esse direito?). Na sua perfeição, na sua disponibilidade, na sua amorosa entrega a tudo e a todos, na sua compaixão sem limites, na sua consciência de fogo e luz, como já foi dito, enfim...

Não há nada mais humilde e servil do que ser idêntico Àquele que se faz inteiro no mais humilde dos seres e que simplesmente serve a todos mantendo-lhes a vida e a esperança.

Quem não acreditar nisso não tem de fato fé em Deus algum, pois a fé nasce justamente dessa amorosa identidade homem-Deus, Deus-homem. E não foi por causa desta identidade que se fizeram todas as alianças? presentes em todos os povos?

Os servos das trevas, que ainda não querem deixar a própria luz brilhar em seus próprios corações – onde também está inteiro o Amor – não querem (ainda) que descubramos isso. Querem que achemos que Deus é “a perfeito por excelência” e não nós, que nunca seremos pouco mais que larvas que rastejam o chão empoeirado do deserto, e que não existe nada mais megalomaníaco do que querermos ser idênticos a Deus. Como se Deus fosse um Ego ENORME e nós quiséssemos assim nos tornar também EGOS ENORMES.

Não! Nada mais falso do que isso!! NÓS É QUE CRIAMOS ESSE DEUS “EGO ENORME” e fosse isso verdade e Ele não haveria humildemente entregue a si mesmo em uma cruz, há 2000 anos. Fosse isso verdade e Ele não se entregaria a todo instante nesta CRUZ que é a Terra, e não seria, nela, a sua ROSA perfumada.

A vida não é um deserto, e não somos mais larvas que rastejam, mas sim seres alados que voam em uma maravilhosa e exuberante floresta equatorial, cheia de flores, perfumes, frutos, alimentos, ar puro e sol quente, ao som das águas frescas que nascem das altas montanhas, vindas do interior da Terra. E o nosso mundo é um mundo todo ele AZUL.

Entregar-se à Deus significa ser Um com Ele, ser idêntico a Ele, ser em tudo e em todos os momentos Ele mesmo na Terra.




"justiçasemfronteiras"

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